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188 anos da maior revolução popular da Amazônia

viva 7 de janeiro! viva a cabanagem! viva revolução Cabana!



Há exatos 188 anos mulheres e homens, indígenas, negros, mulatos, cafuzos, brancos e caboclos marcharam em busca de sua liberdade. Pessoas humildes, ribeirinhos e in Há exatos 188 anos mulheres e homens, indígenas, negros, mulatos, cafuzos, brancos e caboclos marcharam em busca de sua liberdade. Pessoas humildes, ribeirinhos e indígenas, gente oprimida e usurpada pelos detentores do poder se revoltaram contra seus opressores e invadiram a cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará, que tinha como presidente o déspota Bernardo Lobo de Sousa, um homem cruel que governava com mão de ferro e coração cheio de ódio pelos originários da Amazônia.


Homens e mulheres cheios de coragem e esperança por dias melhores, que foram inspirados a lutar por vida digna, por um homem simples, Padre de pequena estatura, nascido na Vila de Barcarena, Batista Campos, líder maior do movimento da Cabanagem e um verdadeiro paladino da justiça, foi quem encorajou o povo a lutar e mostrou à gente sofrida dessa terra que valia apena lutar por suas dignidades, que seria mais honrado morrer pela causa cabana do que viver daquela forma degradante.


É preciso ressaltar a importância dos outros Líderes Cabanos como os irmão Manuel, Francisco e Antônio Vinagre, família simples de pequenos agricultores e sangue forte do Norte, deram o tom radical ao movimento, dialogavam muito bem com a massa e sabiam canalizar a revolta de todos para obter a vitória. Antônio Vinagre, considerado o mais radical e rebelde inspirava a todos na hora da batalha, existe um discurso famoso que demonstra isso: “… Os vossos chefes não sabem iludir, por isso é preciso usar de franqueza e dizer-vos a verdade. Temos pouco armamento e falta de pólvora, mas esta falta será suprimida pela santidade da causa que defendemos e pelo desejo da mais nobre vingança. Mil vezes a morte no campo de batalha do que ter os pulsos algemados e arrastar pesadas e infames cadeias.”


Ou seja, o movimento popular cabano que ficou conhecido por “A Cabanagem” não foi rebelião muito menos uma revolta, foi uma Revolução Social que acabou por dizimar parte da população Amazônica com aproximadamente 40 mil mortos. 40 mil parentes em sua maioria indígenas. Quarenta mil amazônidas, mas também boa parte das elites tradicionais do império.


A Cabanagem, embora tenha sido a mais sangrenta insurreição brasileira, tem sido insistentemente relegada aos rodapés da história. Certamente não é por acaso que uma revolução popular onde foi massacrado quase um terço dos 150 mil habitantes da então província do Grão Pará (que abarcava os atuais estados do Maranhão, Pará, Amapá e Amazonas) não tenha obtido sequer o mesmo destaque dado pela história oficial a Revolta Farroupilha. Uma vez que na revolta sulista, tão importante quanto a Cabanagem para delinear o mapa atual do Brasil, em dez anos de conflito não foram registradas mais do que quatro mil mortes. Para ter um exemplo mais claro do grau de descaso com este episódio importantíssimo de nossa história, basta lembrar que a mítica Guerra de Canudos, decorrida nos últimos anos do século XIX, teve como saldo praticamente a metade das mortes causadas pela repressão à Cabanagem.


A cabanagem é hoje símbolo de ação popular, de movimentos sociais, e da formação do sentimento de organização da luta camponesa.


Afinal, a Revolução Cabana foi o único movimento que conquistou o poder mesmo que por um período curto e efêmero.


VIVA A CABANAGEM! O ÚNICO MOVIMENTO SOCIAL ONDE O POVO CHEGOU AO PODER!


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