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7 de setembro: Brasília sitiada pelo ódio e pautas antidemocráticas



Cheguei hoje em Brasília para a 2 º Marcha das Mulheres Indígenas, e a notícia que circulava na internet se tornou real a olhos nus, a cidade sitiada por caminhões e tratores ostentando em suas janelas e carrocerias a bandeira do Brasil. O símbolo que antes representava nosso patriotismo, hoje se traveste de uniforme aos apoiadores do presidente Bolsonaro. Ontem, 06, Caminhoneiros e demais manifestantes estavam parados na altura da estação rodoviária, quando, por volta das 20h, ultrapassaram o bloqueio e conseguir acesso. De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, manifestantes pressionaram para que caminhões pudessem passar pelo bloqueio e como já era de se esperar a própria Secretaria de Segurança do Distrito Federal permitiu a passagem de alguns caminhoneiros, junto com manifestantes a pé.


Logo ali ao lado, milhares de indígenas ainda seguem acampados para acompanhar o julgamento do Marco Temporal. Desde agosto, nosso povo ocupa Brasília para discutir sobre nossas lutas e fazer presença para pressionar o STF a dizer não a marco colonial.

A proximidade que ambos os lados se encontram causam temor, principalmente pelo discurso violento já conhecidos daqueles que seguem os mandos de seu líder. É sabido que Bolsonaro odeia nosso povo, e sempre que pode despeja seu ódio contra os originários da terra. Financiado pelos maiores assassinos da fauna e flora desse país, o agronegócio.


O agro pop, inclusive, que foi o grande financiador desta caminhada antidemocrática, com resquício de sangue molhados em suas mãos. Sangue da nossa terra, do nosso povo, que segue tendo suas terras invadidas e tomadas para virar pasto e minério.


Nós, indígenas, resistiremos. Tem originário ocupando Brasília desde meados de agosto, e ainda estão presentes. Todo dia chega mais um de nós, pois a luta é nossa, por nossa vida, por nossa terra, mas também para a vida de todos, para manter a floresta em pé, para manter nossos rios saudáveis, para manter nossos animais vivos.


Não iremos sucumbir ao medo e ódio do outro lado. O povo Indígena Resiste!

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