A árvore é um dos seres mais sagrados para os povos originários, sua imponência e exuberância traz o devido respeito aos povos que vivem na Amazônia. Sua copa floresce no céu e suas raízes abrangem tudo ao seu redor. As “árvores avós” maestras da floresta, cada dia mais são ameaçadas pela invasão de seus territórios. Uma dessas idosas da floresta está em perigo constante, o gigante angelim-vermelho de 85,44 metros de altura, e com a idade de 500 anos. A “pequena” gigante de terceira idade está entrelaçada em uma emboscada de garimpeiros que estão aos poucos sufocando a árvore.
Segundo reportagem do jornal O globo a árvore está nos limites da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, no Amapá, e apesar de não estar na lista de risco de extinção, os angelins são conhecidos pela ganância dos madeireiros, o que atrai também a cobiça dos garimpeiros.
Segundo o coordenador do projeto Árvores Gigantes e professor do Instituto Federal do Amapá, Diego Arnaldo, o projeto mapeou o angelim-vermelho durante uma expedição de mapeamento na floresta.
Localizada dentro das terras do povo Kayapó, essa é mais uma das provas sobre a invasões constantes dos garimpeiros nas terras dos povos originários, inclusive ontem a Policia Federal realizou a “Operação Terra Desolata”, que desarticulou uma organização criminosa especializada em extração e comércio ilegal de ouro, no sul do Pará, na Terra Indígena do povo Kayapó.
O garimpo ilegal ganhou força em novas regiões, ativando áreas que estavam fechadas há mais de 14 anos. Apenas entre abril e maio de 2020 foram abertos 562 hectares associadas à exploração garimpeira, comprometendo a qualidade das águas em 20 sub-bacias do rio Xingu. Ao todo já foram desmatados aproximadamente 22 mil hectares de floresta por conta do garimpo.
É por essas notícias que sempre iremos gritar e reforçar a proteção das terras dos povos indígenas. Segundo relatório desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Agricultura (FAO) junto do Fundo para o desenvolvimento dos povos indígenas da América Latina e do Caribe (FILAC), mostra que garantir a segurança das populações indígenas e a manutenção das reservas e territórios dos povos originários é uma maneira eficaz de cuidar das florestas. pois são eles que protegem a floresta. Segundo o estudo, as florestas nos territórios indígenas capturam cerca de 34 milhões de toneladas métricas de carbono, e as reservas que receberam propriedade e proteção total em suas terras entre 1982 e 2016 reduziram seus níveis de desmatamento em cerca de 66%.
E não é só para a conservação das florestas que os povos indígenas e seus territórios são importantes. Em um momento em que cientistas chamam a atenção para o declínio da biodiversidade e da diversidade de plantas cultivadas, a agrobiodiversidade tem os povos indígenas como guardiões fiéis. Por isso gritaremos sempre, salvem nossos territórios, salvem nossa floresta, salvem a Amazônia!
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