top of page

Ameaça de rompimento de barragens em Minas Gerais. Mais uma tragédia anunciada ?


Imagem: Reprodução

O volume intenso de chuvas que vêm sendo registrado durante as últimas semanas em diferentes estados do Brasil tem castigado a população desses lugares. Muitos vivem com a incerteza de voltar para casa, outros se deparam até com o medo de perder não só o teto em que moram, mas a vida. Este é o caso dos habitantes de Minas Gerais, o estado localizado no sudeste do Brasil, vem registrando alto número de chuvas o que intensifica os riscos de rompimento de mais de 30 barragens, repetindo a velha história de desastres anunciados e, o que é pior, evitáveis se houvesse uma ação responsável por parte das autoridades públicas.


As terríveis tragédias de Mariana e Brumadinho parecem que não geraram nenhum ensinamento para empresas mineradoras e para os governo em nosso país.


Verificando os riscos de rompimento das barragens localizadas em diferentes regiões do estado, o governo de Minas Gerais e o Ministério Público deram o prazo de 24 horas para que as mineradoras responsáveis informem a situação de 31 barragens de rejeitos que estão em situação de emergência. Até o momento, os responsáveis não se posicionaram sobre a situação das barragens e o que devem fazer para conter um possível acidente.


As envolvidas nos escândalos que ameaçam a vida e também a moradia das famílias, tem nome e histórico de mortes. Uma delas, bem conhecida por seus crimes ambientais e humanos, é a Mineradora Vale, líder no assunto, emplacando na lista de procurados, 29 barragens em estado de emergência. Outras duas que restaram são da mineradora Minérios Nacional e ArcelorMittal Brasil.


Na manhã do último sábado (08) um dique da siderúrgica francesa transbordou na mina de Pau Branco, região metropolitana de BH, fazendo com a BR-040, rodovia que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro, ficasse totalmente interditada por dois dias, após grande quantidade de lama que ficou na estrada.


Tragédias:



Minas Gerais parece ser o alvo preferido das grandes empresas, que não tem nenhum tipo de responsabilidade socioambiental. As multinacionais implantaram grandes equipamentos e rejeitos de seus produtos tóxicos à vida, tanto do ser humano quanto do meio ambiente, e quando a corda arrebenta, quando o rio de lama se espalha, não são eles que limpam a sujeira. Aliás, alguém limpa? Obviamente não! O máximo que chegamos de um desencargo de consciência, é a união dos próprios habitantes para tentar arrumar o que foi destruído pela ganância e irresponsabilidade dos que querem mais e mais dinheiro às custas dos mais vulneráveis.


O estado é alvo de tragédias por barragens desde 2015. Tudo começou em 5 de Novembro de 2015, houve o rompimento de uma barragem de responsabilidade da Mineradora Vale, no município de Mariana (MG), a tragédia repercutiu no Brasil e no Mundo. As imagens do mar de lama que se instalou na cidade estão armazenadas em nossa memória até hoje, animais foram mortos pela lama, a fauna e a flora ficaram destruídas, 19 pessoas morreram vítimas do crime ambiental e outras tantas famílias ficaram desalojadas e até hoje vivem a incerteza de que a justiça será feita.


Três anos após Mariana, a Vale atacou novamente. Desta vez em Brumadinho (MG), no qual a barragem de Mina de Feijão rompeu, matando 270 pessoas. Câmeras de segurança registram o momento que a lama acerta em cheio funcionários da empresa que trabalhavam próximo ao local, as imagens chocam, revoltam e entristecem qualquer pessoa. Até hoje as famílias vivem o luto e a perda de seus parentes.


A falta de planejamento e plano de assistência em caso de chuvas dessas empresas está vindo à tona, de forma mais escancarada desta vez. Lamentamos que tenha que ser desta forma, que famílias inteiras tenham que pagar pelo erro, que a natureza tenha que engolir toneladas de rejeitos de gente que não faz questão de entender como se preserva a riqueza de um país, acabando assim com estradas, matas, vilarejos, ruas e córregos, rios e oceanos também recebem o amargo da lama escura, que contamina todos nós, mas o engraçado é que a conta nunca chega para os responsáveis.

bottom of page