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Foto do escritorNice Tupinabá

Após ataque da PM, indígenas dão flores a Policiais Militares

A esperança de um mundo melhor está viva e é originária

Foto; Dani Guajajara/Apib

Um dia depois dos policiais Militares atacarem nosso povo indígena próximo ao Congresso Nacional, hoje, 23, mulheres indígenas distribuíram flores aos PMs, em frente à Câmara dos Deputados, um gesto de superioridade a toda a violência recebida. Ser indígena é ser bom, é ter consciência do que muda o mundo, do que melhora a humanidade, é acreditar em dias melhores mesmo diante de tanta guerra, é fazer valer os direitos sem tirar os de ninguém, é uma luta sem armas que ferem, apenas com defesas constitucionais, direitos garantidos em lei, e barulho, não é para acabar com a paz, mas mexer com as estruturas e chamar a atenção de quem invisibiliza toda uma população.

O gesto desmonta o cenário sombrio em que vivemos, tomado pela ganância, fazendo com que quem está no poder esqueça o lado bom das pessoas, a humanidade, a empatia e a partilha de pensar além do próprio umbigo. Esses são os originários da terra, mostrando para o que vieram, destacando mais uma vez a imensa importância que eles têm aqui na terra. Orgulho de ser indígena e de fazer parte do lado saudável das pessoas cada vez mais raras no mundo. Que esse ato seja um início de cura para uma sociedade doente e adoecedora.

Parece pouco, mas a simplicidade e a pureza de revidar com amor, o ódio recebido, nos enche de esperança, nos revigora a alma, acalenta o coração e nos faz reafirmar a nossa identidade, cheia de verdade, de naturalidade, ancestralidade e amor. O ser indígena é isso, uma inigualável definição de humanismo e perseverança. A nossa luta é de dor e luto, mas os nossos sangrentos corações são transbordantes de benignidade.

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