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Crime organizado financia a pesca ilegal e o garimpo em TI


Foto: Divulgação

As investigações da morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira ganharam um novo contorno com a prisão de Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, suspeito de ser o mandante dos assassinatos. A prisão ocorreu na última quinta-feira, 8, pela Polícia Federal (PF).


Colômbia, apesar do apelido, é natutal do Peru e também é suspeito de tráfico e de envolvimento com a pesca ilegal em Terra Indígena (TI). Ele foi citado nas investigações no dia 5 de junho, mesmo dia do assassinato do jornalista e do indiginista. A ligação de Colômbia com a pesca ilegal e o tráfico de armas e drogas é conhecida na região do Vale do Javari, no Amazonas. O trabalho de Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira na região contrariava os interesses dos criminosos.

 

Com 8 milhões de hectares, a Terra Indígena do Vale do Javari é mais uma área sob intenso ataque, invadida por garimpeiros, madeireiros e pescadores ilegais financiados por cartéis do tráfico de drogas, que agem livremente nessa região de fronteira com Peru e Colômbia. São essas organizações criminosas, fortemente armadas e dotadas de grande poderio financeiro, que instalaram um Estado paralelo e dão as cartas, sob o olhar cúmplice do governo Bolsonaro.

 

Na minha última matéria apontei a negligência e conivência do governo federal com tais práticas criminosas, alinhada com o sucateamento da Fundação Nacional do índio (Funai). Essa ligação nunca esteve tão forte. A prisão de Colômbia reforça que o crime organizado financia a pesca e o garimpo ilegal em Terras Indígenas provocando destruição do meio ambiente e a morte de quem se opõe à essa ação criminosa.

 

A destruição da floresta e seu povo ganharam força no governo de Jair Bolsonaro. A política racista e destrutiva do governo federal criou um clima propício para várias ilicitudes. No início deste mês, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) entraram com pedido à justiça que condene o governo federal a pagar R$ 50 milhões em danos morais coletivos pelo desmonte da Funai, como um dos fatores que levaram a morte de Dom e Bruno.

 

Segundo a PF, Colômbia admitiu ter relação comercial com um dos assassinos confessos: Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado. Apesar disso, ele tem negado autoria do crime.  As investigações sobre o caso continuam. É preciso elucidar o caso, inclusive, chegando ao real motivo e as circunstâncias dos homicídios.

 

Continuaremos vigilantes e cobrando justiça!



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