"Um povo sem cultura não se levanta. Se ajoelha."
Nossa cultura está em chamas. Na noite de ontem a maior cinemateca da américa latina pegou fogo com o incêndio no galpão que abriga parte do acervo da entidade, na Vila Leopoldina. O incêndio trouxe a tona toda nossa indignação e desespero ao ver as imagens da nossa história ser reduzida a cinzas.
Entidade mais importante para a manutenção da memória do audiovisual brasileiro, a Cinemateca é responsável pela preservação de cerca de 245 mil rolos de filmes e 30 mil títulos, entre obras de ficção, documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares. A entidade é conhecida por abrigar o maior acervo de imagens em movimento da América Latina.
Queimar a cinemateca é apagar nossa memória cultural. E esse crime tem um único culpado, Jair Bolsonaro. Sem dinheiro devido ao calote do governo federal em uma dívida que já passa de R$ 13 milhões (aumenta mais de R$ 1 milhão a cada mês), o maior museu do audiovisual e do cinema da América do Sul já era um rastilho de pólvora. Importante lembrar que o contrato do governo com a Roquette Pinto vai até 2021. O governo Bolsonaro simplesmente deixou de pagar e quer rescindir o contrato sem ônus algum. A Cinemateca tem cerca de 70 funcionários.
A Cinemateca é responsável pela preservação de cerca de 245 mil rolos de filmes e 30 mil títulos, entre obras de ficção, documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares. A entidade é conhecida por abrigar o maior acervo de imagens em movimento da América Latina. Fechada desde agosto de 2020, quando os funcionários foram demitidos após o governo federal assumir a gestão, a Cinemateca sofre com a falta de manutenção e cuidados essenciais para a preservação do acervo. Em abril deste ano, os mesmos trabalhadores lançaram um manifesto denunciando o abandono e alertando para o risco.
Toda a nossa história audiovisual está dentro do prédio da cinemateca. É lá que temos por exemplo, registros raros como a coleção de imagens da TV Tupi, a primeira emissora do país, inaugurada em 1950. É lá que tem cerca de 1 milhão de documentos relacionados à área do audiovisual, como livros, roteiros, periódicos, recortes de imprensa, documentos pessoais doados, cartazes, fotografias e desenhos, importantes para a contextualização histórica e preservação da memória da produção nacional. A história da TV e do cinema do Brasil está lá. E a perda desse material é a perda da nossa historia, da nossa cultura, da nossa identidade.
Um país sem cultura é um país sem história, e um país sem história é um corpo sem alma.
Muito triste! O projeto de sucateamento da cultura segue firme no atual governo.