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Foto do escritorNice Tupinabá

Dayanes, Leticias, Geordanas, Marias, todos os dias uma de nós perde a vida para o feminicídio



A jovem Dayane Santos da Costa foi assassinada a golpes de faca pelo ex-companheiro, Fábio da Silva dos Santos, por volta de 21h do último domingo (30), no município de Novo Repartimento. Mais cedo, por volta de 5h da manhã, outra mulher foi vítima de feminicídio, desta vez em Barcarena, Leticia Coelho dos Santos (37), foi assassinada também pelo ex-marido, que matou a mulher com golpes de faca, por não aceitar o fim do relacionamento. Como noticiado, o estado registrou dois feminicídios em menos de 24 horas, sem falar nos outros crimes a vida de mulheres que acontecem diariamente e que não são registrados. Estes últimos dois casos e os inúmeros que continuam impunes, só reforçam e refletem a carência de medidas eficazes e políticas públicas que ponham em pauta a segurança e a vida de mulheres que vivem à mercê de homens violentos.


Os dois casos estão sendo investigados pela Polícia Civil e até o único que foi preso foi o assassino de Letícia, o homem que matou Dayane continua foragido. É surreal a quantidade de mulheres que são mortas pelas mãos de homens que um dia as chamaram de “amor”. O país que registra um caso de feminicídio a cada seis horas e meia, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, é o mesmo que possui apenas 427 delegacias, que prestam atendimento à mulher, essas unidades que prestam apoio a mulheres vítimas de crimes sexuais e violência doméstica, só existem para 7% das cidades do País, é o que diz um levantamento realizado pela revista Piauí.


Os casos de feminicídio no Pará aumentaram nos últimos três anos, no ano passado, por exemplo, foram registrados de janeiro a novembro, no Pará, 57 casos de feminicídio. A coisa fica ainda mais devastadora quando todos esses crimes, possuem a mesma compatibilidade, os assassinos a solta. A maioria dos casos de violência doméstica e feminicídio possuem essa mesma semelhança: a falta de impunidade, como é o caso da morte da modelo, Geordana Farias, em setembro do ano passado, em que o assassino, ex- namorado da jovem, matou a mesma a golpes de faca e ao ser questionado pela Polícia Civil sobre o que motivou o crime, ele alegou "Legítima Defesa”, ainda que o biotipo do homem fosse três vezes maior do que o de Geordana, o caso continua sob tutela da Polícia Civil, mas sem que a justiça definitiva seja feita


São tantas Marias, Geordanas, Dayanes, Leticias, são tantas mulheres que poderiam estar vivas agora se houvesse suporte de proteção e aconselhamento do poder público para elas. O machismo e a misoginia são as mãos que carregam esses crimes, mas para além de uma cultura enraizada em nossa sociedade, temos que ter também educação e segurança para mudar a realidade daquelas que estão hoje sendo vítimas de violência doméstica, que são hoje alvos de um crime que tira a sua vida pelo único motivo de sermos mulheres!

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