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Dia internacional dos povos indígenas na Mairi/Belém do Pará




Hoje a grande Mairí Tupinambá, a nossa Belém do Pará celebra o Dia Internacional dos Povos Indígenas. No dia 9 de agosto de 1995, a Organização das Nações Unidas (ONU), fez a integração dos povos originários nos direitos humanos.


Apesar do avanço nesta data, vivemos no Brasil um processo de ataque marcado pela tentativa de acabar com nossas culturas, costumes e tradições, uma vez que tentam a todo custo nos tirar dos nossos territórios ancestrais.


Nesse dia, ressaltamos a influência indígena em Belém, especialmente no bairro do Jurunas, um dos mais antigos da capital paraense, batizado com o nome de uma etnia, o povo Juruna, que hoje está localizada no Mato Grosso, no Parque Nacional do Xingu, e na região de Altamira, no Pará.


E para lembrar essa data tão importante, a Prefeitura de Belém, através da Coordenadoria Antirracista de Belém (Coant), na representação de Jomara Tembé e Elza Rodrigues e Secretaria de Meio Ambiente (Semma) em parceria com o movimento social indígena, com a frente Indígena Metropolitana e o programa Nossa voz realizaram uma ação no bairro do Jurunas, para lembrar que esse bairro que tem o nome de um povo indígena tem muita história para contar.


Durante a ação, foram feitas distribuição de 100 mudas frutíferas como Jambo, Cupuaçu, Rambutão e Mangustão, e fizemos falas sobre as lutas dos povos indígenas, sobre nossa ancestralidade, e sobre a invisibilidade da nossa cultura e história.


A escolha da feira do Jurunas não foi aleatória, o bairro é o retrato da ancestralidade e identidade indígena no espaço urbano belenense. As ruas do Jurunas refletem isso para a gente, o nome do bairro e de suas ruas são referência aos nossos povos e etnias que sempre estiveram presentes e vivos aqui em Belém como a rua Tupinambás, Tamóios, Timbiras, Pariquis, Caripunas, Mundurucus, Tambes e Apinagés, entre outras ruas que carregam o nome de povos que resistem até hoje.



foto reprodução

A feira é onde a gente se encontra, onde o bairro se encontra, aonde a gente respira a cultura e a nossa identidade. A gente precisa falar da nossa história, contar o que estamos passando hoje, com os ataques direto aos nossos direitos, com os ataques que sofremos de madeireiros e garimpeiros.


Além do Complexo Feira do Jurunas, também terá ação no Memorial dos Povos, no Ver-o-Rio e na Praça Milton Trindade. A programação também é voltada para a importância da autodeterminação de etnias e da fala de uma política indigenista para o mundo, a partir de rodas de histórias das culturas indígenas e o diálogo dos povos com políticas públicas no contexto urbano.


Caminhada de Luta


Hoje nós sofremos com os ataques direto ao nosso povo, o governo tem como bandeira o extermínio da população indígena, mas nós resistimos e resistiremos. Nosso levante será maior, e estaremos em pé até a última gota do nosso povo correndo em nossas veias.


Neste mês Povos de todas as regiões do Brasil estão se unindo para uma caminhada a Brasília para protestar e lutar pelos nossos direitos. As terras indígenas, um ambiente sagrado para os originários, sempre foi sondada de forma gananciosa pelos exploradores ilegais e autoridades que ao invés de proteger estão de olho na geração de lucro, que dizem melhorar a economia do país, no entanto, somos conhecedores da intenção e da fala do governo bolsonarista, que se prevalece de uma pandemia que já matou mais de meio milhão de pessoas, para deixar a “boiada passar”.


Neste mês o texto-base do PL da grilagem já passou na Câmara dos Deputados, e agora o PL490, que também faz parte do pacote da Boiada, está na lista de votação. Os originários estão tentando derrubar o PL 490, que se for aprovado, afetará a sobrevivência indígena e também a classe de agricultores familiares que abastecem as casas de milhares de famílias por todo o Brasil.

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