O assassinato do ambientalista Zé do lago e sua família em São Félix do Xingu, no final da semana passada provavelmente na última sexta-feira (07) e que só veio à tona no domingo (09), ainda não tem respostas e nem pistas do assassino ou assassinos.
José Gomes ou Zé do Lago como era conhecido, morava na beira do Xingu na região de cachoeira da Mucura com sua esposa Márcia e a filha Joane, e desenvolviam o “projeto quelônio do Xingu” que é criação de de tartarugas e soltavam no rio. Pela Internet Zé do lago postava tudo, falava das dificuldades e inclusive de como manter o projeto.
Hoje, falamos com alguns membros da família que estão em choque e abalados com toda a crueldade do assassinato. A filha mais velha de Márcia, disse que ainda vive o choque pela perda da mãe e da irmã. Marcilene Lisboa 24 anos, nos contou que desconhece qualquer tipo de ameaça que a mãe ou padrasto poderia está passando.
A jovem, que atualmente reside no estado do Maranhão, contou que dias antes do ocorrido iria mandar uma das suas filhas para passar uma temporada com a Márcia, no Xingu, mas por sorte não mandou e acredita ter tido um livramento divino. Ainda muito abalada, Marcilene, disse que não ter mandado a filha para passar uns dias com a avó foi o melhor a se fazer, pois ao que tudo indica a criança seria uma das vítimas do crime. “Não ter mandado a minha filha para a casa da avó, foi um livramento'', concluiu ela.
Para Samuel Azevedo, 34 anos, único filho homem do Zé do lago, as coisas estão sendo muito difíceis, ele relatou como recebeu a notícia e não consegue imaginar a causa do assassinato do pai e da madrastra e irmã. “Meu pai nunca falou de alguma coisa dele, se tava ameaçado ou não”, ele também falou da dificuldade de acesso para chegar no local onde o pai morava, que pelo fato da pesca está fechada (seguro defeso), não haviam outros pescadores por lá, se não teriam ouvido os tiros, também não havia vizinhos perto. Samuel acredita que o “pessoal que preserva e cuida da natureza é boa e por isso corre risco”.
Samuel fala que não tem condições de manter o projeto, “quem vai querer morar lá, cuidar do projeto num lugar de difícil acesso e depois de ter acontecido isso”. O projeto de criação dos quelônios contava com ajuda de voluntários e só existia pela perseverança mesmo do seu idealizador Zé do lago.
Na manhã de hoje (11), a Polícia Civil foi até a área da região da cachoeira da “Mucura”, local onde morava Zé do lago e sua família e onde ocorreu o crime. Samuel acompanhou a ação da polícia até o local e ficou ficou assustado ao ter conhecimento, que mais de "18 project de bala" foram encontrados pela equipe da funerária no local, Samuel disse que seu pai tem uma espingarda de caça mas ela estava dentro de casa intacta.
De acordo com o Delegado José Carlos que investiga o caso, a equipe se deslocou até o local de difícil acesso, para tentar levantar informações que possam ajudar nas investigações, que possam esclarecer o crime e prender os autores o mais rápido possível.
Mais informações do caso vamos atualizar o site. Torcemos que a justiça se faça e acabe com mistério que ronda a morte dos ativistas ambientais.
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