A estátua em “homenagem” a um dos maiores genocidas dos povos indígenas no Brasil foi reduzida a cinzas em São Paulo, no sábado, 24. Um grupo de manifestantes protestaram no dia do 24J (protesto contra o governo Bolsonaro), queimando a estátua do bandeirante Borba Gato, um dos bandeirantes mais sangrentos da história do Brasil.
A Estátua do Borba Gato, era um dos símbolos de cartão-postal de São Paulo, no bairro de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, foi erguida em 1963 pelo escultor Júlio Guerra, durante o governo de João Goulart.
O bandeirante Borba Gato ficou conhecido na história por promover a escravidão e morte de indígenas no século XVII. A figura dos bandeirantes representa a violência vivida pelos povos indígenas e pelas pessoas que foram escravizadas no Brasil vindas do continente Africano.
O ato político de destruir, derrubar ou queimar monumentos erguidos em homenagem a figuras do passado que promoveram a escravidão, a segregação racial ou atos contra a humanidade ganhou força mundo afora, incluindo os Estados Unidos e países da Europa, há mais de um ano, desde a eclosão do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).
Quem foi Borba Gato
Manuel de Borba Gato (1649 - 1718) foi um bandeirante paulista. Os bandeirantes desbravaram o interior do país, capturaram e escravizaram indígenas e negros. Segundo historiadores, eles são responsáveis por exterminar etnias em confrontos.
O paulista Manuel de Borba Gato era genro de Fernão Dias Paes Leme e fez fama e fortuna na segunda metade do século XVIII percorrendo os sertões brasileiros à caça de indígenas para escravizar. Era também um fugitivo da lei e contrabandista de ouro.
a figura dos bandeirantes como símbolo paulista ganhou força na época da Revolução de 1932, quando os governantes precisavam de argumentos para unir a população em torno de um sentimento comum. Assim, o bandeirante começou a ser retratado como um herói, em detrimento da história dos mais de 300.000 indígenas capturados e escravizados e assassinados pelas bandeiras.
Não podemos tolerar que nossos algozes assassinos de nossos ancestrais sejam homenageados como heróis.
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