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Foto do escritorNice Tupinabá

O jenipapo é a roupa da ancestralidade que veste o corpo e o espírito

Atualizado: 28 de mai. de 2021




O Jenipapo é uma fruta que veste e desenha o corpo de quem usa, uma cor marcante e duradoura que entranha na pele e na alma, um colorido de uma só cor, que se mistura aos acessórios de quem se pinta, formando uma identidade única e desmedida e jamais esquecida. Os caminhos são traçados delicadamente nas pernas, nos braços, barriga, rosto ou se preferir no corpo todo. Há até mesmo o banho de jenipapo, que te modifica em segundos, te fazendo renascer para um novo mundo, quem olha e conhece, admira e respeita, quem não entende e não pertence, desconfia.



Pintura com a tintura de jenipapo

A tonalidade retinta é parte do nascimento dos originários e perdura durante toda a existência e resistência. É um fruto forte, cheio de significados presentes em todos os rituais, também é produto de beleza, retirado da natureza. O jenipapo ao ser apanhado das árvores é extraído um líquido que dá formas aos desenhos que definem a identidade de cada povo, e também, de cada momento, existe a pintura da celebração, da luta, da tristeza e da revolta. A pintura indígena não é rabisco, não é tatuagem, não é sujeira, não é falta de certeza, a pintura significa afirmação da identidade de pessoas que vivem a verdadeira história da humanidade nos detalhes da vestimenta que forma no corpo com a pintura do jenipapo.


O jenipapo é sagrado e está presente em todos os rituais e lutas do povo, “o jenipapo está presente em todos os rituais, é sempre escolhido um desenho para cada ritual, para a festa das crianças escolhemos a borboleta, porque assim todos ficam com uma pintura igual, e deixa a festa mais bonita”. Explicou Nhoque, indígena Tembé, que estava participando da festa das crianças da aldeia Ytaputir, do povo Tembé, nos dias 23 e 24 de maio de 2021.


Richard Callefa com as mãos cobertas de jenipapo

O jenipapo vem da árvore jenipapeira que nasce sozinho na floresta, dizem quem já tentou plantar que ele não nasce pois tem vontade própria e surge onde acha que precisam dele. Carrega o significado de "fruta que serve para pintar". Pois o sumo do fruto verde, libera uma tinta que é usada pelos originários, há quem use para fazer artesanatos, pinturas de paredes, cerâmica e outros. Conhecido e utilizado por diversas etnias da América do Sul como pintura corporal, o fruto tem grande importância na vida dos originários, que ficam com tintura no corpo por aproximadamente duas semanas a depender do organismo.


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