Ricardo Salles deixou ontem o ministério do Meio Ambiente, e em seu lugar assume o cargo Joaquim Alvares Leite. A troca que deveria ser motivo de alegria para os povos indígenas, na verdade é só mais uma armadilha que o governo Bolsonaro coloca para atacar os povos originários e ambientalistas.
O novo ministro do meio ambiente, Joaquim Leite, é só mais um inimigo do nosso povo. Ele e sua família tentam a anos roubar as terras do povo Guarani Mbya em Jaguará, onde se dizem proprietários do território.
Em documento registrado na Fundação Nacional do Índio (FUNAI), há denúncias de que a família de Leite teria contratado capatazes para destruir casas de famílias indígenas para tentar expulsá-las de seus territórios.
No ano de 1980 foi iniciado o processo de demarcação de território nas terras indígenas do município de São Paulo e Osasco, porém jamais foi concluído e está até hoje paralisado na justiça. E segundo relatório da FUNAI, em 86 o pai do ministro Joaquim Leite "exigiu que a Funai retirasse os marcos físicos do processo demarcatório da área indígena Jaraguá, alegando ser o proprietário da área, acusando agressivamente a Funai de estar praticando um crime".
Com a força e dinheiro vindo de sua família, Leite passou a ameaçar os Guarani diretamente, devido a Funai não ter paralisado a demarcação a demarcação das terras.
O relatório ainda diz que "Tal agressividade, no entanto, extrapolou para além das missivas, e passaram então esses cidadãos a fazer ameaças aos índios, a intimidá-los com capatazes, e mesmo destruindo uma de suas casas".
O governo genocida está colocando em sua conta mais uma figura que compactua com o extermínio de nosso povo. Estamos sendo continuamente esmagados, enfrentando um sozinhos em estado de luta para sobrevivência dos nossos.
Ruralista declarado
Antes assumir o cargo no Ministério do Meio Ambiente, Leite foi conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB), uma das organizações que representam o setor agropecuário no país.
Leite é figura conhecida no meio ruralista. Integrou a Sociedade Rural Brasileira por 23 anos, tendo ocupado diversos cargos diretivos na entidade. A entidade é uma das que divulgaram uma nota de apoio à gestão de Ricardo Salles à frente do MMA dias depois da veiculação da fala de Ricardo Salles sobre aproveitar a epidemia da Covid-19 para “passar a boiada” na área ambiental.
A Sociedade Rural Brasileira (SRB) é uma entidade de mais de 100, ela é uma das grandes apoiadoras da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mais conhecida como bancada ruralista.
Nos últimos dois anos a SRB ficou associada por demonstrar seu apoio à gestão de Ricardo Salles à frente do MMA.
Em maio de 2020, foi divulgado o conteúdo de uma reunião ministerial em que Salles diz ao presidente Jair Bolsonaro que ele deveria aproveitar que as atenções da mídia estavam voltadas para a cobertura da epidemia do novo coronavírus para “passar a boiada” e alterar normas ambientais.
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