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Foto do escritorNice Tupinabá

Supremo Tribunal Federal julgará hoje o Marco Temporal



Hoje se inicia mais um momento histórico para os povos originários deste país, conquistas e lutas dos nossos ancestrais estarão nas mãos de juízes que definirão nossa vida. O Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar nesta quarta-feira, 25, se demarcações de terras indígenas devem seguir o chamado “marco temporal”. Mais de 6 mil indígenas, de 173 povos de todo o Brasil, estão acampados em Brasília, para acompanhar de perto o desfecho deste julgamento.


No início da noite de ontem,24, indígenas foram caminhando do acampamento até o gramado em frente ao prédio do STF, iniciaram uma vigília e simultaneamente e acenderam velas pedindo para que a corte rejeite o “marco Temporal”. Mais de 300 luzes de led iluminaram o gramado com a frase “BRASIL TERRA INDIGENA” reivindicando nossa posse originária das terras do Brasil.


O "marco temporal" é uma tese que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) acolheu em 2013 ao conceder ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (antiga Fundação de Amparo Tecnológico ao Meio Ambiente - Fatma) reintegração de posse de uma área localizada em parte da Reserva Biológica do Sassafrás, onde fica a Terra Indígena Ibirama LaKlãnõ e onde vivem os povos xokleng, guarani e kaingang.



A história do movimento indígena no Brasil é uma história de luta e resistência, mobilização e inovação constantes, e de busca pela construção de pontes e alianças entre os nossos 305 povos, que vivem em todas as regiões do país. Tamanha diversidade étnica, geográfica cultural e linguística, para além de uma inestimável riqueza, converte-se também em desafio quando se busca a unidade na luta. Para superar esta dificuldade, que é reforçada e explorada pelos inimigos que tentam artificialmente dividir e forjar disputas e oposições entre nossos parentes, nós renovamos nossa aliança a partir de nossa ancestralidade compartilhada.


O recorde de parentes e números de povos mobilizados em Brasília se converte, em um recado para o mundo, e principalmente, para aquelas forças que insistem em tentar nos violentar: não nos calaremos! Nossa força é maior do que nunca! Somos 6 mil em Brasília, e representamos todos e todas as parentes que seguem na luta em nossos territórios. Somos 6 mil que representamos os milhões de ancestrais que foram apagados da história. Somos 6 mil que representamos o futuro dos povos indígenas do Brasil!



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