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Foto do escritorNice Tupinabá

Tapyzuhu apu'a pé har: Ramada, casa grande e redonda

A ramada é o maior patrimônio material da aldeia do povo Tembé


A ramada no centro da aldeia do povo Tembé ao olho nu é uma grande “barraca” aberta, coberta com palhas de Ubim e de formato arredondado, sustentada com grossas madeiras que se juntam à arquitetura da ramada dando uma completude única. Mas a ramada de palha é o lugar mais sagrado e respeitado da aldeia, é na ramada onde tudo acontece, inclusive as discussões políticas e sócias da comunidade, além das grandes festas de rituais.



Foto: Ramada da aldeia Ytaputr na festa das crianças



Considerado pelos indígenas o patrimônio material mais valoroso da comunidade, foi construída com os próprios punhos dos parentes cada detalhe, que vibraram com a nova estrutura, a ramada significa uma conquista, um lugar de abrigo, que abraça quem é nascido ali ou quem simplesmente está de passagem. A ramada é um lugar iluminado, cheio de positividade e é a primeira coisa que chama atenção ao adentrarmos na aldeia. A ramada é imponente, pomposa, brilhante, bonita e muito atraente, não existe possibilidade de não visitá-la, não querer conhecê-la é impossível, a ramada é um sentir que todo o mundo precisa se permitir.


Um ambiente que reuni histórias e recebe os vivos e também os que já foram para a ancestralidade. Em um momento que a dança e as canções trazem de volta quem já se foi, ao mesmo tempo em que manda embora os que não são bem-vindos, tudo em nome da proteção e existência de um povo que luta diariamente para manter sua cultura e crenças.


Irahu Tembé, liderança da aldeia Ytaputir, carrega no corpo, na alma o tradicionalismo de nascer indígena e crescer diante de uma cultura que é o início da história de toda uma humanidade. “Ramada uni mais a aldeia porque todas as noites nos encontramos nela para juntos conversar, trocar ideias e ouvir histórias de nosso povo de luta que já tivemos no passado, então a Ramada é um símbolo de união de uma aldeia”. Irahu, tem o dom da “pajelança”, canta nas festas culturais e coloca “karoara” nos participantes, sobre a Karoara conto em breve.


São nas festas culturais dentro da ramada que a manifestação viva do povo Tembé acontece na sua forma mais originária e ancestral, que com palavras eu não saberia explicar a emoção de está dentro desse lugar sagrado.

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