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Tira o genocida e coloca Aymberê Tupinambá



É comum andar pela cidade e se deparar com homenagens de estátuas e ruas com nomes de homens ditadores e genocidas. O lembrete e exaltação desse tipo de figura, tem trazido à tona um debate na sociedade. É valido manter esse tipo de cultuação a esses símbolos tão polêmicos?


A exemplo disso, em São Paulo, durante o protesto que acontecia contra o governo Bolsonaro, no dia 24 de julho, manifestantes atearam fogo na estátua de Borba Gato, considerado um dos bandeirantes mais sangrentos da história do Brasil.


Depois deste episódio, foi levantado o por que ainda tínhamos esse tipo de representação nas nossas cidades. Por que não exaltamos figuras históricas, que realmente trouxeram levantes, de luta pelos povos que sofriam nas mãos dessas figuras consideradas “heroicas”?


A associação indígena Wyka Kwara, propôs a substituição da estátua do bandeirante Borba Gato, e o nome citado para esta substituição foi o do grande guerreiro tupinambá Aymberê. A petição pública que circula, é que ao invés de ter na cidade uma estátua de um bandeirante que trouxe tantas mortes para os povos indígenas e negro, coloque em seu lugar a representação de uma figura heroica de fato, que lutou pelo seu povo.


Quem foi Aymberê Tupinamba?


Aymberê é, sem sombra de dúvida, o primeiro e um dos maiores heróis nacionais. Sua luta contra os invasores lusos é inesquecível. Conhecer sua história é conhecer o espírito guerreiro de todo nosso povo.


Dentre as lideranças da resistência indígena, o jovem Aymberê ocupou importante posição por articular os indígenas, de várias etnias, contra o inimigo em comum: os portugueses, representantes da expansão da dominação européia em solo brasileiro. Aymberê, filho do Cacique Kairuçu foi aprisionado com seu pai e trazido a São Paulo de Piratininga para servir de escravo nas fazendas do então governador Brás Cubas. Pelos maus tratos dos escravocratas seu pai morre em cativeiro. Aymberê e seus parentes tinham como única saída a fuga.



Aymberê conseguiu se libertar e libertar os demais indígenas cativos. Na fuga, em direção a Niterói passa por diversas aldeias e incentiva os índios a lutarem contra o inimigo. Neste percurso promove vários encontros com caciques e articulam o ataque. A Confederação dos Tamuyas (ou Tamoios) foi constituída por mais de 7 povos indígenas do Rio de Janeiro e São Paulo.


Apesar de contida pelos portugueses, num ato covarde e de traição, em 1567, a Confederação dos Tamoios resistiu até por volta de 1574. Aymberê foi o protagonista deste feito até então inimaginável no contexto da época: ele reuniu tribos e povos rivais, que lutavam entre si por território a lutar contra o inimigo comum e após a morte de Cunhambebe ele lidera a Confederação dos Tamoios. Podemos considerar que foi a primeira luta organizada por libertação, contra a escravatura, contra a dominação em solo brasileiro. Provavelmente o que inspirou outras insurreições posteriores.


A petição pública é para substituir o símbolo de opressão pelo símbolo de resistência, ela circulando na internet e tem como objetivo resgatar a memória de resistência e luta dos povos indígenas no Brasil.

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