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Foto do escritorNice Tupinabá

Turismo ecológico para aldeia: um projeto em construção



A história dos povos indígenas no Brasil é marcada pela exploração, genocídio e etnocídio. Mas queremos reverter essa história e fazer um presente e futuro melhor para as próximas gerações.


A terra indígena Alto Rio Guamá (TIARG), que fica nordeste do Pará e pegando uma parte do Maranhão, demarcada e homologada em 1993, Depois de muita luta do povo Tembé Tenetheha é o exemplo de uma batalha histórica pelo direito de existir.


O território tem 33 aldeias, 17 na região do rio Gurupi, no sul do território, e 16 na região do Guamá, no norte do território, e em todo o território existem mais de 3 mil indígenas no local. São famílias inteiras que vivem com a perspectiva do crescimento do local, mas ainda não receberam incentivo necessário para isso.


Muitos decretaram o fim do povo Tembé que por muito tempo precisou guardar sua identidade para não morrer, mas nunca deixou de afirmar quem são e lutar pelo seu território. Hoje a cidade chegou muito perto das aldeias e desse território, na região do Guamá, são pelo menos três municípios: Garrafão do Norte, Capitão Poço e Santa Luzia do Pará. Várias localidades ficam nas proximidades do território e dentro do mesmo, vários colonos, fazendeiros e madeireiros invadem a TIARG. Levando tudo isso em consideração, que a juventude kamarar Wà, que são guerreiros e guerreiras indígenas vem debatendo sobre fazer um projeto de turismo ecológico e sustentável para as aldeias. Um projeto que pretende fortalecer a cultura, preservar o meio ambiente e gerar emprego e renda para as comunidades.


Com esse intuito fomos recebidos pelo André cunha, diretor da Coordenadoria Municipal de Turismo (Belemtur), para conversar e receber orientações sobre o nascimento desse projeto. A reunião foi muito proveitosa, saímos com outros encontros marcados com agências de turismo para debater sobre o projeto.


Falar em turismo nas aldeias é falar da exaltação de uma cultura e de um povo, é ressignificar preconceitos ainda enraizados pelo processo de colonização que tivemos por muitos anos.


O jovem Walber Tembé diz que esse projeto é muito importante para a comunidade “A importância do turismo na aldeia vai trazer geração de renda para nosso povo, mas principalmente vamos poder mostrar a nossa cultura e o nosso saber para as pessoas que vão vir nos visitar. Eles vão conhecer nosso artesanato, nossa música, nosso grafismo, e como vive o povo Tembé no geral” afirma.


Várias aldeias espalhadas pelo Brasil já fazem esse tipo de turismo, elas abrem o espaço para visitação, mostram o costume, pesca, danças, e fazem a venda de seus artesanatos, a exemplo disso tem a aldeia a Aldeia Wazare, que fica em Campo Novo, Cuiabá. A aldeia tem como principal fonte de renda o turismo indígena. Lá é feito apresentações de dança, esportes tradicionais e feira de artesanato, o visitante também pode fazer um passeio ao Rio Verde.


Essa foi só a primeira reunião, e ela é um incentivo de valorização da cultura dos povos originários e do meio ambiente por meio do turismo ecológico. É um projeto que ainda está nascendo e se construindo, para melhorar e trazer crescimento de toda a comunidade das Terras Indígenas do Alto Rio Guamá.

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1 comentário


marcelo
08 de ago. de 2021

E um projeto muito bom, parabéns, com certeza isso e um grande ramo de mostrar e valorizar os nossos saberes, fazeres, costumes, porque eu também sou indígena, da etnia Munduruku, pois isso e uma iniciativa muito bem sucedida, para o sustento da aldeia e muito mais, mostrar o quanto o meio ambiente que vivemos e o nosso sustento, dela retiramos o nossos fazeres, e mostrar o respeito a natureza isso e lindo, mais uma vez parabéns.👏👏👏

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