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Bandido bom é bandido preso: Antropólogo dos ruralistas é preso pela polícia federal


IMAGEM: REPRODUÇÃO

Edward Luz, antropólogo conhecido por trabalhar para latifundiários no Oeste do Pará, foi preso pela polícia federal por dificultar ações de fiscalização do IBAMA em Altamira nas terras indígenas da região, na sexta-feira, 25.


Segundo nota divulgada pela Polícia Federal em Altamira, a Polícia Federal teria obtido informações de que as manifestações contra a fiscalização em terras indígenas teriam se iniciado no decorrer da semana em zona urbana e rural da cidade, onde os manifestantes exigiam que cessassem as ações fiscalizatórias do IBAMA contra os garimpos, nas ações da operação Guardiões do Bioma – Base Altamira.



Considerado o “antropólogo dos ruralistas”, e um dos maiores inimigos do movimento indígena brasileiro, ele também é famoso por fazer laudos pagos por fazendeiros contra a demarcação de terras indígenas e quilombolas no Brasil. Edward Luz Foi desligado da Associação Brasileira de Antropólogos em janeiro de 2013 por ter “postura não compatível com a ética profissional” e por atuar “direta sintonia, de forte viés conservador e autoritário”, segundo a organização.


Em 2018, Edward foi contratado por fazendeiros ligados ao Sindicato Rural de Santarém (Sirsan), para contestar laudos antropológicos nos processos demarcatórios. Ele tem articulado e fortalecido os fazendeiros e produtores de soja da região – e por onde se vê ele tem executado muito bem seu trabalho.


Sobre a Terra Indígena Ituna-Itatá


Em 2020, a Ituna Itatá foi a terra indígena que teve mais desmatamento nos meses de novembro, dezembro e janeiro, segundo a ONG Imazon: 2,6 mil hectares em apenas três meses. A área total é de 142 mil hectares. Desde 2020, o Ibama mantém presença permanente na área. Território que o “antropólogo dos ruralistas” tem atuado para impedir as ações do IBAMA.

Imagem de fiscalização do Ibama na terra indígena Ituna-Itatá em 21 de janeiro de 2020 mostra sinais de desmatamento ilegal. — Foto: Divulgação/Ibama

Em 11 de fevereiro do ano passado, Luz se reuniu, junto com o senador Zequinha Marinho (PL-PA), com Salles (na época secretário de Mio Ambiente) e representantes do MPF, para solicitar a suspensão das ações do Ibama.


A Terra Indígena Ituna-Itatá, cujos limites abrangem áreas dos municípios de Altamira e Senador José Porfírio, é alvo de ações de fiscalização do Ibama contra invasões e desmatamentos que ocorrem desde 2016. Segundo o Ministério Público Federal, a área ainda não foi demarcada, mas já conta com proteção e restrição de uso pela possível presença de indígenas isolados.

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