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CPI da Covid: óbito também é alta



Está cada dia mais complicado acompanhar a CPI da covid. Os desdobramentos que vem acontecendo não se vê nem em roteiros de ficção cientifica mais macabros. Ontem, 28, quem acompanhou o depoimento prestado pela advogada Bruna Morato, que representa 12 médicos da empresa prevent sênior foi de embrulhar o estômago.


Segundo seu depoimento, a empresa orientava que a equipe médica reduzisse o nível de oxigenação dos pacientes internados há muitos dias, o resultado dessa ação, segundo a advogada era a morte do paciente.


— Esses pacientes, segundo informações dos médicos, evoluíam para óbito na própria UTI, então você tinha uma liberação de leitos. A expressão que eu ouvi ser muitas vezes utilizada é: óbito também é alta — afirmou Bruna Morato.





Vamos entender a relação da empresa prevent sênior na cpi da covid:


A CPI da Covid no Senado ouviu na quarta-feira (22) o diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior. A empresa tem sido acusada de omitir mortes num estudo sobre a hidroxicloroquina com o objetivo de demonstrar sua eficácia e de administrar medicamentos ineficazes contra a covid-19 sem o consentimento dos pacientes. As denúncias aparecem em um dossiê produzido por ex-médicos do plano que foi encaminhado aos senadores da comissão.


Os resultados do estudo sobre o uso da hidroxicloroquina foram divulgados pelo presidente Jair Bolsonaro e seus filhos em suas redes sociais em abril de 2020, com a informação de que nenhum paciente havia morrido entre os que tomaram os medicamentos. O dossiê, porém, aponta nove mortes, seis delas de pessoas que receberam o coquetel que o presidente propagandeou ao longo da pandemia com o nome de “tratamento precoce” ou “kit covid”.


O diretor da Prevent Senior defendeu o estudo e acusou os ex-médicos de acessarem ilegalmente dados de pacientes e adulterarem informações para atacar a empresa. Ela recorreu à Procuradoria-Geral da República para investigar os autores do dossiê sob suspeita de “denunciação caluniosa”.


Em 2020, a empresa, que emprega mais de 3.000 médicos e 12 mil funcionários, teve um faturamento líquido de R$ 4,3 bilhões, 19% a mais do que em 2019. Também ampliou em 9% o número de clientes, quando alcançou 505 mil beneficiários. Em junho de 2021, já eram 540 mil. Segundo dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a Prevent Senior é o nono maior plano de saúde do país. As mensalidades para idosos podem variar de R$ 1.000 a R$ 2.000.


No início da pandemia no Brasil, ela foi alvo de investigações do Ministério Público pelo alto número de óbitos por covid-19. A primeira morte pela doença noticiada no país, em 16 de março, foi de um porteiro de 62 anos atendido pela operadora. No começo de abril de 2020, os óbitos pela doença ocorridos nos estabelecimentos da rede representavam 58% de todos os registros no estado de São Paulo. A situação fez o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sugerir uma intervenção no local.


Durante seu depoimento, a advogada Bruna Morato denunciou que Prevent Senior fez 'pacto' com o governo Bolsonaro para validar cloroquina e frear lockdown. A necropolitica de Jair Bolsonaro causou a morte de mais de 600 mil pessoas no Brasil. E estamos amargando um luto coletivo pelas mortes de entes queridos, pais, filhos, amigos, vizinhos, que morreram por conta de falta de politicas públicas que enfrentassem corretamente a doença que abalou o mundo.


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