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Foto do escritorNice Tupinabá

Criminosos invadem a casa de Juma Xipaya

A liderança luta há mais de uma década pelos direitos dos povos indígenas


Há pouco mais de uma década, Juma Xipaya, vem lutando pelos direitos dos povos indígenas atingidos pela construção da Usina de Belo Monte e por vários outros crimes que afetam a população indígena, e isso, vem provocando a fúria de criminosos que tentam a todo custo calar a voz de Xipaya. O último ataque aconteceu no dia 20 de abril deste ano, quando a indígena teve sua casa, localizada na Zona Rural de Altamira, no Pará, invadida, por vândalos que destruíram artesanatos e documentos relacionados a denúncias de irregularidade de garimpos e madeireiras a frente da Usina de Belo Monte. O mês da resistência indígena, que fortaleceria a luta pela vida, foi marcado por atentados, ameaças de morte e racismo.

É comum os noticiários relatarem ataques sempre que uma liderança indígena se posiciona contra os crimes que afetam o seu povo, começam vir as primeiras ameaças de morte e em seguida os ataques que destroem seus lares, associações e pertences, e ainda, as tentativas de assassinato, que seguem impunes, enquanto vidas indígenas correm o risco de serem ceifadas.


Aos 30 anos de idade, Juma é uma das principais vozes na luta contra os impactos provocados pela construção da Usina de Belo Monte, mas antes mesmo de completar a maioridade, a voz de Xipaya já ecoava e resistia na guerra que é ser indígena no Brasil. O perigo que acompanha a trajetória da jovem liderança não a impediu de gritar por justiça, sua força e coragem fizeram com que os moradores de Tukumã, em 2015, escolhessem como cacica da aldeia, tornando-se aos 24 anos, a primeira mulher à frente da comunidade Xipaya.

Mulher, indígena, mãe e guerreira, Juma, carrega um histórico de perseguição, foi atacada quando estava com cinco meses de gravidez, e depois quando levava seu filho ao médico, a “caminhonete branca” tornou-se um fantasma em sua vida, que estava na porta de sua casa, na universidade ou em qualquer outro lugar que a indígena estivesse. As autoridades? Nada fizeram e nada fazem até os dias de hoje, Juma precisou se refugiar na Suíça para manter sua integridade, mas não aceitou ficar longe da sua terra para viver como foragida e como se fosse culpada de algo que ela não fez.

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