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Desastre ambiental Imerys: Morador da Vila do Conde relata o desespero das pessoas após acidente



Outra catástrofe ambiental em solo paraense foi instaurada na noite da última segunda-feira (06), desta vez, o destino foi o bairro industrial de Vila do Conde, localizado no município de Barcarena. O motivo? Um dos depósitos da mineradora Imerys, que trabalha com extração de Caulim pegou fogo e explodiu, causando grandes danos aos moradores da área.


Os próprios residentes do local registraram o momento em que o céu foi tomado pela fumaça branca, que a priori acreditava ser caulim, porém, a substância que se espalhou pela cidade foi altamente danosa para os moradores, o que deixa uma dúvida, já que, o caulim não é tóxico. De acordo com o G1 Pará, no local do acidente estaria armazenado o produto químico hidrossulfito de sódio, que consiste em um pó granular com coloração branca e odor muito característico ao dióxido de enxofre.


Rosemiro Brito // Foto reprodução

O desastre já desabrigou diversos moradores de suas casas, pois passaram mal ao inalar a substância e tiveram que abandonar suas residências. O morador da vila do conde, seu Rosemiro Brito, relatou que teve que levar seus dois filhos pequenos às pressas para a casa de sua mãe, para que pudessem se distanciar no odor que vinha da fumaça após a explosão, para evitar que as crianças inalassem a substância. “Essa tragédia já deixou de ontem pra hoje, mais de 30 moradores da nossa comunidade hospitalizados” disse Rosemiro.


Mesmo que tenha conseguindo deslocar os filhos em pouco tempo, as crianças ainda assim tiveram a saúde prejudicada. Os dois meninos adquiriram uma inflamação na garganta e por conta disso estão tomando medicação.


Seu Rosemiro contou ainda que muitos vizinhos foram procurar atendimento nas upas da cidade, por conta da inalação da substância que até o momento não se sabe o que. Todos os moradores estão usando máscara, como forma de se proteger da nuvem branca que está por toda parte. Agora pela parte da tarde o morador disse que o odor amenizou um pouco por conta das chuvas que caíram na região, amenizando o sofrimento destas pessoas.


Histórico de desastres causados pela mineradora Imerys


Não é a primeira vez que a gigante no segmento de minerais industriais se envolve em crimes ambientais, e possivelmente essa não será a última. Há quatorze anos, a mesma Imerys, foi interditada, visto que, foi responsabilizada pelo vazamento de quase 300 mil metros cúbicos de caulim misturados com água de uma das bacias de terra batida, que fora construída para armazenar caulim considerado de pouco valor comercial. Ou melhor, o reservatório de lixo da empresa vazou para um rio cheio de peixes que eram o alimento da população ribeirinha e servia também como fonte de renda deles. Mais uma vez a minoria pagando o pato pela incompetência e irresponsabilidade dos poderosos sem escrúpulos.


O município de Barcarena já foi palco de muitos desastres ambientais e seus habitantes vivem com sequelas desses crimes até os dias atuais. As grandes empresas, lucram instalando seus grandes patrimônios nestas regiões de mata e floresta, vão destruindo aos poucos, construindo grandes depósitos e containers, no qual abrigam seus materiais que geram muito dinheiro, e com toda essa estrutura vem também a irresponsabilidade social e ambiental, gerando desastres, catástrofes, doenças, mortes e luto à população que é obrigada a conviver com esses crimes goela abaixo, sem passaporte de decisão.


Para finalizar não podemos esquecer da Hydro Alunorte. maior refinaria de alumina do mundo fora da china e que está localizada também na cidade de Barcarena. A Alunorte também é uma grande criminosa, pois lá em 2018, a empresa foi a grande responsável por contaminar os rios da região, por conta do vazamento da bauxita das operações da mineradora. Deixando quilombolas, pescadores, indígenas e a população também que vive nas áreas urbanas de mãos atadas, e sem saber de onde tirar o sustento, já que, todos têm atividade econômica que depende do rio: o extrativismo, a pesca, a produção agrícola e o próprio turismo.

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