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Garimpo ilegal em terras do povo Munduruku aumentaram 2.000% em cinco anos


Garimpo ilegal na terra indígena munduruku, município de JacareacangaFoto: Marizilda Cruppe/Amazônia Real

O aumento da devastação de terras indígenas dos Mundukuru foi superior a impressionantes 2.000% em cinco anos, de acordo com levantamento inédito do Greenpeace. Há tempos denunciamos os diversos ataques que o povo Munduruku sofre por parte dos garimpeiros que entram nos territórios indígenas degradando, poluindo e contaminando os rios das comunidades.


A crise ambiental que estamos vivendo durante este governo reflete de forma assustadora não só em números para estatísticas, mas no cotidiano dos originários. são eles que sentem na pele e no sangue o que estes estudos mostram para a gente. O Observatório da Mineração em parceria com o site UOL fez uma parceria para fazer o levantamento do dano que as mineradoras causam nos territórios do povo Munduruku.

A extensão dos danos nas reservas indígenas é assustadoramente grande, equivalendo-se ao crime que a vale causou no Rio Doce (MG), em virtude ao rompimento da barragem de Mariana em novembro de 2015. Segundo a greenpeace, o corpo d’água mais prejudicados pela atividade garimpeiros são os rios Marupá, das Tropas, Cabitutu e os igarapés Mutum e Joari. Durantes o levantamento foi identificado ainda doze pistas de pousos usada por garimpeiros.


A intoxicação pelo mercúrio e o adoecimento da população originária é um problema real e em expansão aqui no Norte. Pesquisas realizadas pela Fiocruz revelaram uma contaminação de 100% do mercúrio usado no garimpo de ouro entre a população indígena. Uma das mais atingidas são As mulheres indígenas, que cuidam diretamente da alimentação, então o contato com a água contaminada afeta diretamente sua saúde.


Em mulheres grávidas, a substância atinge o feto, podendo causar má formação, retardo no desenvolvimento, entre outras graves complicações que podem comprometer toda uma geração de indígenas.

As consequências da intoxicação por mercúrio podem levar à morte, o que causa angústia das mulheres, que vivem a realidade do medo de perder parentes e filhos.

A intoxicação por mercúrio pode provocar problemas respiratórios, renais, má formação congênita em bebês e atacar principalmente o sistema nervoso, causando doenças graves. 16% das crianças do estudo apresentaram problemas nos testes de neurodesenvolvimento. Segundo reportagem da UOL, Um bebê de 11 meses apresentou níveis de mercúrio três vezes acima do tolerável.


O mercúrio usado no garimpo para ajudar a formar uma amálgama de ouro, vai parar nas águas do rio, intoxicando peixes e as pessoas que os consomem. A estimativa é de que os garimpos ilegais despejem no Rio Tapajós, por ano, 7 milhões de toneladas de sedimentos, sendo a maior parte de mercúrio.


O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com a ONG WWF, desenvolveu uma pesquisa similar, também entre os Munduruku, mas em uma região diferente, no Médio Tapajós. Essa pesquisa aponta que 58% dos 200 indígenas participantes apresentaram níveis de mercúrio acima do recomendado pela OMS. Em uma das aldeias, o nível de contaminação chega a 87%, e mais de 15% das crianças menores de 5 anos analisadas tinham problemas de neurodesenvolvimento.


As mulheres Munduruku estão com medo de em gravidar, o futuro inteiro de um povo está em risco, por conta da invasão criminosa que segue em curso nos territórios indígenas. Não existe fiscalização, não existe segurança, só existem provas e pesquisas de que estamos sendo dizimados e a mão do governo Bolsonaro está em cada aprovação para que os donos dos garimpos continuem a adentrar em nossas terras e nos matar.

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